Titulo: De Campo em Campo Autor: Norberto Tavares de Carvanho Preço: 20.00 Frs. Edição: 2011 Editor: Edição do Autor Dimensões: Páginas: 304 Disponibilidade: Esgotado
Descrição: Trata-se de uma empolgante narrativa da guerra colonial, por alguém que a viveu de corpo e alma, do primeiro ao último momento. Futebolista nato, Bobo Keita cruzou-se no estrangeiro com o Presidente Kwame Nkrumah do Gana, do qual ouviu a mensagem que o preparou para os lances que iria efectuar no campo político. Respondendo ao apelo de Amílcar Cabral, foi com elegância e convicção que fez a sua preparação militar no ex-bloco comunista. Calculista, cedo entendeu que os amuletos não passavam de meras fantasias e passou a interessar-se pelos conhecimentos e técnicas mais ligados à lógica.
“ Não ouves o zumbido da bala que te ceifa a vida porque a sua velocidade é superior à do som.” Foi assim que o ex-futebolista se formou como militar no emaranhado de trepadeiras e lianas que formam o traiçoeiro solo da Guiné-Bissau. Lutou no Norte e no Leste, comeu ratos e macacos, bateu-se como um leão, foi ferido mas nunca perdeu o ânimo. Sobretudo depois da morte de Cabral. O domínio aéreo, outrora da exclusividade do exército português foi suplantado com o míssil Strella e o Grad. Com esses engenhos, o PAIGC começou o abate de caças portugueses nos céus da Guiné; a supremacia dos ares mudou de campo. Último Comandante a entrevistar-se com o Amílcar Cabral poucas horas antes da sua morte, Bobo Keita participou na captura do assassino e na libertação de Aristides Pereira. A morte do líder intensificou os campos de batalha até que no dia 25 de Abril de 1974, deu-se o golpe de estado em Portugal, antecedente lógico que permitiu o desanuviameneto tanto esperado. Membro da delegação do PAIGC que participou nas negociações de Londres e de Argel, Bobo Keita afirma que o ambiente entre as duas delegações não foram sempre tão cordiais como se pretendeu. Para ilustrar um desses momentos de tensão, foi quando perante um impasse a delegação do PAIGC anunciou que ia regressar e retomar a guerra. O Dr Mário Soares teria elevado a voz frisando bem alto : “Guerra, guerra, vocês só pensam é na guerra...!”. Com a assinatura dos Acordos de Argel os homens de Cabral regressaram efectivamente mas para preparar a fase de transição da retirada do exército português. Foi assim que no dia 13 de Outubro de 1974, Bobo Keita escoltava, com o devido brio e respeito, o último Governador Colonial da Guiné, o Brigadeiro Carlos Fabião que ia apanhar o avião que o conduziria a Portugal. A cena marcou o fim da guerra colonial na Guiné e também o fim desta empolgante narrativa. |
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